Carlos Da Cruz Publisher do OBemdito

Scanavaca insiste em elevar para 9 metros largura mínima de lotes urbanos em Umuarama

Audiência pública sobre o assunto lotou o anfiteatro do paço municipal e debate se estendeu quase 3 horas.

Scanavaca insiste em elevar para 9 metros largura mínima de lotes urbanos em Umuarama
Carlos Da Cruz - OBemdito
Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 13h26 - Modificado em 10 de fevereiro de 2025 às 08h22

O prefeito Fernando Scanavaca (Republicanos) disse que vai manter a proposta de aumento da largura mínima dos terrenos residenciais de Umuarama para 9 metros. O tema foi abordado na manhã desta sexta-feira (7), na audiência pública sobre as mudanças na Lei Complementar 441/2017, que faz parte do Plano Diretor do município.

O anfiteatro Haruyo Settogute ficou lotado. Representantes do setor imobiliário, entre eles o ex-prefeito Hermes Pimentel, que é empresário do ramo de loteamentos, participaram do debate. Scanavaca respondeu a todos os questionamentos e defendeu a proposta da prefeitura.

“Nós precisamos deixar o lucro de lado agora e fazer a cidade que queremos. Precisamos dar qualidade de vida para quem tem menos condições, e a largura mínima de terrenos com 9 metros é um passo para isso”, afirmou Scanavaca.

Pressão do setor imobiliário

Empresários do ramo de loteamentos, corretores de imóveis e representantes do núcleo imobiliário da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Umuarama (Aciu) pediram a manutenção da lei atual até que o Conselho de Desenvolvimento de Umuarama (CDU) analise o Plano Diretor.

“Nós não queremos que fique nos 6 e 7 metros de largura mínima estipulados hoje e ponto final. Mas a ideia é debatermos para chegarmos a um consenso. Mudar agora e depois fazer nova alteração com a proposta do CDU traz uma insegurança para o setor”, comentou um dos empresários no auditório.

Porém, Scanavaca argumentou que o tema é urgente. “Eu preciso, neste momento, dar um basta na grande quantidade de pedidos de desmembramento de lotes que chegam para nós”, argumentou, referindo-se às solicitações de divisão de terrenos que precisam da autorização da prefeitura.

Segundo o prefeito, a preocupação do município é com a multiplicação de lotes sem construção espalhados pelo perímetro urbano. “Nós temos 25 mil lotes vazios em Umuarama. Se continuarmos com essas divisões, vamos entrar em colapso”, complementou.

Fernando Scanavaca falando sobre o aumento de terrenos

Preço dos imóveis

O valor das casas em Umuarama também foi debatido na audiência. Os empresários da construção civil alegaram que o aumento na largura dos terrenos deixará os lotes e as construções mais caros. A projeção do núcleo imobiliário da Aciu é de um encarecimento de até 40% nos preços.

Neste ponto, Scanavaca argumentou que a política de preços de Umuarama precisa ser revista. “É preciso fazer uma mudança radical no cenário de hoje. Se for para baixar o preço dos terrenos e vender, tem que baixar”, finalizou.

Como fica daqui pra frente?

A audiência pública também tratou da separação de 40 metros entre os novos loteamentos e da ampliação do trecho da Avenida Paraná onde os comércios precisam obedecer ao recuo de 5 metros.

Todas as mudanças propostas pela Prefeitura serão encaminhadas à Câmara de Vereadores por meio de um projeto de lei.

Scanavaca se comprometeu a debater novamente o assunto quando o CDU concluir a revisão do Plano Diretor.

Audiência pública sobre aumento de terrenos contou com represantes do setor imobilário

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