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CPI das Bets prende empresário por mentir em depoimento no Senado

O empresário foi preso em flagrante

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
CPI das Bets prende empresário por mentir em depoimento no Senado
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 30 de abril de 2025 às 11h01 - Modificado em 30 de abril de 2025 às 11h01

O empresário Daniel Pardim Tavares Lima foi preso em flagrante nesta terça-feira (29), durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado. Ele é acusado de falso testemunho por negar que conhecia Adélia de Jesus Soares, sua sócia na empresa Peach Blossom River Technology.

A declaração de Pardim foi imediatamente contestada pelos parlamentares, que consideraram a informação falsa. A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), pediu a prisão do empresário ali mesmo. O presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR), concordou com o pedido e determinou a prisão.

“Vou pedir vênia aqui, mas, senhor Daniel Pardim Tavares Lima, o senhor está preso. O senhor e seus advogados vão poder explicar em um habeas corpus [HC]”, anunciou a senadora Soraya.

Defesa rebate acusação e critica atitude da relatora

Logo após o anúncio da prisão, o advogado do empresário, Lucas Monteiro Faria, reagiu com indignação. Ele afirmou que seu cliente não mentiu durante o depoimento e acusou a relatora de abuso de autoridade.

“Eu gostaria somente que se justificasse qual foi a mentira que ele pregou aqui. Não houve nenhuma mentira”, afirmou o advogado.

Pausa na sessão e decisão confirmada

Diante da confusão gerada no plenário, o senador Hiran suspendeu a sessão por cinco minutos. A pausa teve como objetivo permitir uma conversa reservada entre os membros da CPI sobre o pedido de prisão.

Na reabertura da reunião, a decisão foi mantida. O senador Hiran oficializou a prisão de Pardim e pediu que a Polícia Legislativa fosse acionada para registrar o flagrante.

“Em virtude dessa solicitação de prisão em flagrante, eu solicito à Polícia Legislativa do Senado que tome as providências para lavrar o auto de prisão”, declarou o presidente da comissão.

Leia também: CPI das Bets: com decisão de Mendonça, Deolane não será ouvida

Sócia ausente deverá ser conduzida à força

Além da prisão de Pardim, a ausência da advogada Adélia de Jesus Soares também foi destaque durante a sessão. Convocada para prestar depoimento no mesmo dia, Adélia não compareceu. Diante disso, o senador Hiran afirmou que ela deverá ser conduzida à força à CPI das Bets para prestar esclarecimentos.

Relatora reforça acusações em entrevista

Após a sessão, Soraya Thronicke falou à TV Senado e reforçou a gravidade da situação. Segundo ela, o empresário, enquanto testemunha, tinha a obrigação de dizer a verdade no que não o incriminasse.

“Ele começou mentindo que não conhecia os seus sócios. Imagina, ninguém constitui uma sociedade sem telefonar ou conhecer a pessoa. O que nos parece é que ele é um chamado ‘laranja’. Ele mentiu mais de três ou quatro vezes e nós demos a chance, perguntamos várias vezes”, afirmou a senadora.

CPI investiga influência das apostas online

A CPI das Bets foi instalada no Senado para apurar a crescente influência dos jogos virtuais de apostas no cotidiano das famílias brasileiras. Os senadores também investigam possíveis vínculos entre as empresas de apostas e organizações criminosas, com foco especial na suspeita de lavagem de dinheiro.

Outro ponto de atenção da comissão é o uso de influenciadores digitais na divulgação e promoção das plataformas de apostas.

Empresas na mira: Peach Blossom e Payflow

A empresa Peach Blossom River Technology, da qual Pardim é sócio, também faz parte da estrutura de outra companhia, a Payflow. Segundo a relatora Soraya Thronicke, ambas atuam no setor de pagamentos digitais e prestam serviços para casas de apostas online.

A Payflow, em particular, é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por indícios de envolvimento com lavagem de dinheiro e transações financeiras ilegais.

(Com informações Agência Brasil)

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