Stephanie Gertler Publisher do OBemdito

Família de Juliana Marins recebe corpo após realização de nova autópsia

Um laudo preliminar deverá ser entregue em até sete dias

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Família de Juliana Marins recebe corpo após realização de nova autópsia
Stephanie Gertler - OBemdito
Publicado em 2 de julho de 2025 às 16h05 - Modificado em 2 de julho de 2025 às 16h05

O corpo da jovem Juliana Marins, de 26 anos, que morreu após cair durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, passou por uma nova autópsia na manhã desta quarta-feira (2), no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, localizado no Centro do Rio de Janeiro. A análise foi iniciada às 8h30 e se estendeu por aproximadamente duas horas e meia. Um laudo preliminar deverá ser entregue em até sete dias.

A necropsia foi conduzida por dois peritos da Polícia Civil, na presença da irmã da vítima, Mariana Marins, que representou a família. Também acompanhou o procedimento um legista federal. A pedido dos familiares, o professor de medicina legal Nelson Massini foi contratado para acompanhar tecnicamente os trabalhos. Às 11h, o corpo foi liberado para a família.

Família mantém expectativa por esclarecimentos

“A nova autópsia aqui no Brasil foi feita. Agora a gente tá na expectativa do laudo que não sai hoje, demora alguns dias por conta de alguns exames que têm que ser feitos na minha irmã”, afirmou Mariana Marins, visivelmente emocionada ao deixar o IML.

Ela também agradeceu o apoio recebido e voltou a criticar a demora no resgate. Foram quatro dias entre o acidente e a chegada das equipes de socorro até Juliana. “Eu acredito que ela sofreu muita negligência nesse resgate. Então, a gente vai continuar atrás, né, das providências”, disse.

Mariana relatou o alívio de ter o corpo de Juliana de volta ao Brasil, mesmo diante da dor da perda. “A gente tinha é medo é que Juliana ficasse desaparecida. Então, apesar de o resgate não ter acontecido no tempo hábil para a Juliana sair com vida, pelo menos, a gente tá com Juliana de volta no Brasil. É muito importante. Eu sei como é importante para todas as famílias quando tem esse desfecho. Quando a pessoa fica desaparecida é muito ruim, né?”

Despedida em Niterói será aberta ao público

O velório de Juliana Marins será realizado nesta quinta-feira (3), no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói. A cerimônia será aberta ao público e ocorrerá entre 10h e 12h.

Leia também: Família de Juliana Marins recorre à Justiça para realização de nova autópsia no Brasil

Família contesta autópsia feita na Indonésia

Os familiares de Juliana cobram mais informações sobre o caso e questionam a autópsia realizada na Indonésia, que não detalhou o horário exato da morte.

A Defensoria Pública da União (DPU) enviou um ofício solicitando à Polícia Federal a instauração de um inquérito para investigar o caso. Segundo o documento, a certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta baseou-se em um laudo indonésio que não apresenta informações conclusivas sobre o momento da morte.

Laudo na Indonésia apontou múltiplas fraturas

A primeira autópsia foi realizada no dia 26 de maio, em um hospital de Bali, logo após a retirada do corpo do Parque Nacional do Monte Rinjani. Segundo o laudo, a brasileira sofreu múltiplas fraturas e lesões internas, e chegou a sobreviver por cerca de 20 minutos após o trauma. O exame descartou a hipótese de hipotermia como causa da morte, mas não indicou o dia exato em que o acidente ocorreu.

As informações foram divulgadas em entrevista coletiva concedida no dia seguinte, 27 de maio, pelo médico legista Ida Bagus Putu Alit, no saguão do Hospital Bali Mandara. “Os indícios mostram que a morte foi quase imediata. Por quê? Devido à extensão dos ferimentos, fraturas múltiplas, lesões internas — praticamente em todo o corpo, incluindo órgãos internos do tórax. [Ela sobreviveu por] menos de 20 minutos”, afirmou o médico.

A forma como a coletiva foi conduzida causou revolta na família brasileira. Mariana Marins criticou a atitude do médico, afirmando que a família havia sido chamada ao hospital para receber o laudo, mas foi surpreendida com a divulgação pública dos dados antes mesmo de terem acesso ao documento.

Chegada ao Brasil foi marcada por comoção

O corpo de Juliana chegou ao Brasil uma semana após a constatação da morte. A urna funerária desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, em um voo da companhia aérea Emirates, às 17h10. Em seguida, foi transportada para o Rio de Janeiro em uma aeronave bimotor modelo C-105 da Força Aérea Brasileira (FAB), que decolou às 18h40 e pousou na Base Aérea do Galeão por volta das 19h40.

Uma prima de Juliana, que esteve com o pai na Indonésia durante os trâmites de repatriação, recepcionou o corpo no aeroporto.

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