
Vídeo mostra crianças deixando escola em pânico e correndo para casa de vizinha após ataque
O vídeo mostra as crianças correndo da unidade escolar logo após o início do ataque


Imagens de uma câmera de segurança instalada em uma residência em frente à Escola Estadual de Ensino Fundamental Helena Zanfir, no município de Estação, na Região Norte do Rio Grande do Sul, registraram o momento de pânico vivido por alunos e funcionários na manhã da última terça-feira (8). O vídeo mostra as crianças correndo da unidade escolar logo após o início do ataque cometido por um adolescente armado com uma faca.
De acordo com informações da Brigada Militar, o agressor, um adolescente de 16 anos, chegou à escola dizendo que desejava entregar um currículo. Conhecido por professores e funcionários da instituição, ele não despertou suspeitas ao acessar o prédio. Após entrar, solicitou para ir ao banheiro e, em seguida, invadiu uma sala de aula do terceiro ano do ensino fundamental, onde atacou as crianças.
Um aluno morto e três feridos
No ataque, um aluno de 9 anos morreu no local. Além disso, outros dois alunos de 8 anos ficaram feridos, além de uma professora. Equipes de resgate socorreram todas as vítimas e as encaminharam para unidades de saúde da região. As autoridades ainda não divulgaram oficialmente a identidade das vítimas.
A polícia apreendeu o adolescente autor do ataque ainda na escola. Em nota divulgada à imprensa, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou que agentes da Delegacia de Polícia de Getúlio Vargas estiveram no local para os primeiros atendimentos e conduziram o infrator para a delegacia.
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Internação provisória e investigação em andamento
A Justiça do Rio Grande do Sul determinou, na noite desta terça-feira (8), a internação provisória do adolescente. A medida, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), tem duração inicial de 45 dias. Ele responderá por atos infracionais análogos aos crimes de homicídio, bem como, tentativa de homicídio.
As circunstâncias e motivações do ataque ainda estão sendo investigadas. O caso tramita em segredo de Justiça, como determina a legislação em ocorrências que envolvem menores de idade.
Conforme apurou a Polícia Civil, o adolescente é morador do município de Estação e não possui antecedentes criminais. De acordo com os relatos, ele fazia acompanhamento psiquiátrico havia mais de um ano. Entretanto, ainda não há informações sobre o que teria motivado o crime.
Repercussão entre autoridades
Pelas redes sociais, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), manifestou solidariedade às vítimas e à comunidade escolar. “O que aconteceu não pode ser naturalizado, relativizado ou esquecido”, escreveu o governador, que também cobrou prioridade total na investigação.
Leite confirmou a apreensão do autor do ataque. O governo estadual afirmou que irá reforçar, junto às secretarias municipais de Educação e às prefeituras, estratégias de proteção e cuidado em todas as escolas do Rio Grande do Sul.
Também pelas redes sociais, o ministro da Educação, Camilo Santana, lamentou o ocorrido. Logo após conversa com o prefeito de Estação, Geverson Zimmermann, o ministro determinou o envio imediato de psicólogos do Núcleo de Resposta e Reconstrução de Comunidades Escolares, equipe especializada em situações de violência extrema, para oferecer apoio à escola e à comunidade.
Camilo Santana informou ainda que está em articulação com o Ministério da Justiça para ações voltadas à proteção das comunidades escolares em todo o país.
Canais de denúncia e ações preventivas
Desde 2023, o Ministério da Justiça, em parceria com a SaferNet Brasil, disponibiliza um canal exclusivo para o recebimento de informações sobre ameaças e ataques contra escolas. As denúncias são anônimas, e os dados fornecidos são mantidos sob sigilo. As informações podem ser enviadas por meio do site gov.br/mj ou pelo Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos.
A coordenadora do Disque Direitos Humanos, Larah Magalhães, explicou que o canal possui um protocolo específico para registros de ameaças contra instituições de ensino. Ela ressalta que é fundamental que os denunciantes forneçam o máximo de informações possível.
“Durante o relato, seja via telefone ou por mensagem, é questionado o conteúdo dessa ameaça, se essa ameaça foi realizada por telefone ou ambiente virtual, e se foi realizada em ambiente virtual, o link do site e os dados são importantes pra investigação. Além dos encaminhamentos convencionais, que a própria delegacia de Polícia Civil ou Conselho Tutelar, quando trata-se de crianças e adolescentes, tem o comando da Polícia Militar local, além disso é acionado também o órgão da Polícia Civil responsável pelos atendimentos de demandas virtuais, quando essa ameaça acontece, por exemplo, na internet”, detalhou.
Somente no primeiro semestre deste ano, o Disque 100 registrou 7 mil protocolos, que resultaram em 10 mil denúncias e, por fim, apontaram cerca de 60 mil violações relacionadas a escolas em todo o país.

(OBemdito com informações Agência Brasil)