Graça Milanez Publisher do OBemdito

Pés no chão, olhos no palco: Adolescente de Umuarama sonha em se projetar no balé

Aos 14 anos, ele vê nessa arte a força que o move e o inspira a buscar um lugar entre os grandes da dança

De origem humilde, Guilherme Astolfo faz treinos intensos para realizar seu sonho - Fotos: Danilo Martins/OBemdito
Pés no chão, olhos no palco: Adolescente de Umuarama sonha em se projetar no balé
Graça Milanez - OBemdito
Publicado em 2 de agosto de 2025 às 20h31 - Modificado em 3 de agosto de 2025 às 11h47

Para ele o balé é mais que uma forma de expressão; é um propósito de vida. Morador do Jardim Social de Umuarama, o adolescente Guilherme Astolfo, 14 anos, mira a dança clássica como um projeto profissional.

Há três anos ele frequenta aulas numa escola de dança da cidade, a Ballerina, onde tem meia bolsa, condição essencial para que pudesse permanecer, já que os pais não têm como custear as mensalidades.

Aluno de escola pública, ele divide a rotina entre os estudos e as aulas de balé; os treinos se tornaram ainda mais intensos nos últimos meses porque Guilherme tem um sonho ambicioso: ingressar na renomada Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville-SC.

A instituição é uma das mais respeitadas do país e reconhecida internacionalmente como referência em balé clássico. Para conquistar uma das cobiçadas vagas, o jovem vem se preparando com esmero para as audições.

“Tenho me dedicado bastante, cuidando do corpo, da mente, de tudo o que faz parte da formação de um bom bailarino…. Sei que é desafiador esse querer, mas não vou desistir”, enfatiza.

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Guilherme Astolfo, na Casa da Paz, projeto social de Umuarama

Nos passos do balé, um caminho para mudar de vida

Entre sonhos e pliés, Guilherme Astolfo quer porque quer chegar ao Bolshoi. Para isso diz não se importar de ter que transformar esforço em esperança. “É uma oportunidade de me aprofundar na dança, um caminho para eu me profissionalizar”, assegura.

“Eu não vivo sem o balé; é minha paixão, é onde eu consigo me expressar, ser eu mesmo; é parte essencial da minha vida”, diz o adolescente, com a maturidade de quem encontrou sua arte muito cedo.

Ele se lembra com emoção da primeira vez que calçou uma sapatilha: “Eu chorei e nem sabia por que. Foi uma coisa que mexeu comigo por dentro… Algo diferente, que eu nunca tinha sentido antes”.

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O bailarino Guilherme Astolfo em espetáculo de final de ano da Ballerina

Incentivo das professoras e apoio dos pais

A trajetória de Guilherme no balé emociona. Em um ambiente marcado por obstáculos socioeconômicos, ele se sobressai, graças também ao apoio dos pais e aos incentivos dos professores.

“Quem diz que tenho potencial, que tenho chance de voar alto porque tenho talento são meus professores… Minha primeira grande incentivadora foi a Thais Lavos [bailarina umuaramense], a quem tenho muita admiração”, expressa, em tom de agradecimento.

Guilherme deu os primeiros passos de bailarino na Casa da Paz [projeto social de Umuarama], mas logo foi convidado para atuar na escola Ballet Thais Lavos, com bolsa integral. Há dois anos frequenta a Ballerina.

Sua intenção era ir à audição do Bolshoi este ano, mas não conseguiu o dinheiro necessário. “Fiz uma rifa, que rendeu R$ 200, mas é insuficiente”, lamenta o jovem. “Agora é redobrar a esperança e me preparar para ir no ano que vem”, diz.

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