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Antes de ser preso, dono da Ultrafarma havia firmado acordo de R$ 31 milhões por fraude

Sidney Oliveira havia se comprometido a pagar quatro multas milionárias em até dois anos e a submeter a Ultrafarma a um programa de compliance, em razão de outro crime fiscal

Foto: Divulgação/Ultrafarma/Metrópoles
Antes de ser preso, dono da Ultrafarma havia firmado acordo de R$ 31 milhões por fraude
Rodrigo Mello - OBemdito
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 10h06 - Modificado em 13 de agosto de 2025 às 11h57

Antes de ser preso, nesta terça-feira (12), o empresário Sidney Oliveira, dono da rede Ultrafarma, havia firmado acordo de não persecução penal com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) no valor de R$ 31,9 milhões. O termo envolvia confissão de fraude fiscal e compromisso de não se beneficiar de esquemas ilegais.

O acordo foi homologado pela Justiça paulista em 29 de julho, no contexto da Operação Monte Cristo, deflagrada em 2020 pelo Gaeco e pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. A investigação mirava sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor farmacêutico.

Oliveira se comprometeu a pagar quatro multas milionárias em até dois anos e a submeter a Ultrafarma a um programa de compliance. A execução do acordo começou em 5 de agosto, apenas uma semana antes da prisão do empresário.

Segundo os termos, ele também deveria pagar prestação pecuniária equivalente a 50 salários mínimos, em produtos farmacêuticos ou dinheiro, em favor de entidade pública ou social. A defesa afirma que o acordo visava apenas encerrar investigações, e não constituía confissão definitiva.

A prisão ocorreu no âmbito da Operação Ícaro, conduzida pelo Gedec, setor do MPSP especializado em crimes econômicos. Além de Oliveira, foram detidos Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop, e Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal acusado de receber cerca de R$ 1 bilhão em propina.

O esquema teria usado uma empresa registrada no nome da mãe de Artur Gomes para receber os valores, facilitando créditos tributários de ICMS para empresas. Sidney Oliveira foi preso em Santa Isabel, Grande São Paulo; Mário Gomes, na zona norte da capital; e Artur Gomes, em Ribeirão Pires.  O esquema envolvendo dono da Ultrafarma gerou R$ 1 bilhão em propina.

A Secretaria da Fazenda abriu procedimento administrativo e reafirmou seu compromisso com a ética e a justiça fiscal. A Fast Shop afirmou que colabora com as autoridades e ainda analisa o conteúdo da investigação.

O empresário, que morou no antigo distrito de Nova Jerusalém, começou sua carreira como atendente de farmácia em Umuarama. Ele visita a cidade regularmente, pois mantém negócios na capital do Noroeste.

(OBemdito com informações Metrópoles)

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