Paradeiro dos 4 desaparecidos em Icaraíma ainda é desconhecido; investigações seguem

As investigações acerca dos quatro homens desaparecidos na cidade de Icaraíma estão em andamento e, por enquanto, a Polícia Civil (PCPR) segue sem localizar as vítimas ou os suspeitos. No final da tarde desta quinta-feira (14) o delegado-chefe da 7ª Subdivisão Policial de Umuarama (7ª SDP), Gabriel Menezes, divulgou um vídeo com informações sobre as buscas.

De acordo com Menezes, a Polícia Civil segue trabalhando com afinco no caso e, neste momento, também analisa as informações coletadas nos últimos dias.

Alencar Gonçalves de Souza, morador de Icaraíma, e os paulistas Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso estão desaparecidos desde o dia 5 de agosto (terça-feira). Os três indivíduos de São Paulo se deslocaram até Icaraíma para fazer uma cobrança de dívidas e os indícios apontam que podem ter sido vítimas de homicídio.

Os devedores e principais suspeitos são Antônio Buscariollo, 66 anos, e seu filho Paulo Ricardo Costa Buscariollo, 22 anos. Eles estão foragidos desde a decretação de suas prisões preventivas na sexta-feira (8).

Em busca dos desaparecidos

Ao longo desta quinta-feira as equipes da Polícia Civil de Icaraíma e de Umuarama coletaram imagens de câmeras de segurança e fizeram diligências de campo. Além disso, os agentes colheram informações junto à moradores da localidade, obtiveram novos dados para início de análise e verificaram dados coletados anteriormente.

Sobre as buscas, o delegado explicou que ainda não há novos locais a serem vistoriados. Por isso, as equipes do Corpo de Bombeiros (com os cães de faro) e do suporte aéreo da Polícia Militar (PM) não estão mais em Icaraíma.

Contudo, Menezes disse que toda a estrutura para buscas está à disposição da investigação e pode ser acionada a qualquer momento. “A PCPR está trabalhando para encontrar novos pontos que sejam possíveis de diligências, para só então acionar essas equipes”.

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Esclarecendo informações

No vídeo, o delegado aproveitou para esclarecer informações que estão sendo divulgadas nos últimos dias. Entre elas, o fato se que familiares das vítimas teriam recebido informações de que os corpos dos desaparecidos estariam em um bunker (esconderijo subterrâneo utilizado por contrabandistas e traficantes).

No entanto, conforme Menezes, as equipes da PCPR, Polícia Militar, Polícia Ambiental e Corpo de Bombeiros já vistoriaram esses locais no último dia 8. “Nós já havíamos recebido as informações sobre esse bunker e também outros locais. Todas as forças de segurança, inclusive a Polícia Militar Ambiental, que conhece mais esses locais, ajudaram nas vistorias. Nós fizemos diligências, utilizando o cão de faro dos bombeiros, e nada foi localizado”, informou.

O delegado explicou que a todo momento chegam notícias ou informações anônimas de possíveis locais onde essas vítimas estariam. As forças policiais estão checando essas localidades e, até agora, não há pistas dos desaparecidos. “Já exaurimos todas as informações que recebemos”, disse o chefe da força-tarefa.

Menezes, inclusive, solicitou que a população contribua com informações, desde que haja cautela. “Quem quiser ajudar deve ter o mínimo de certeza de que aquela informação é verdadeira, pois estamos usando recursos públicos de maneira ineficiente. De qualquer modo, todos os locais repassados em denúncias são avaliados”, argumentou.

Também foram divulgadas informações errôneas, de acordo com o delegado, sobre um terceiro mandado de prisão expedido contra um suspeito. O chefe da investigação afirmou que não há, no momento, novos mandados de prisão.

Antecedentes criminais

Questionado sobre os antecedentes criminais dos envolvidos (cobradores e devedores), o delegado divulgou que Antônio possui passagem policial por posse ilegal de arma de fogo. Por outro lado, não consta no sistema da Segurança Pública antecedente criminal em desfavor de seu filho Paulo Ricardo.

Além disso, Menezes disse que não existem no sistema informações de que a família esteja ligada com atividades ilícitas, como contrabando ou tráfico.

A respeito das vítimas, o delegado foi enfático ao afirmar que “não faz sentido divulgar se os desaparecidos possuem antecedentes neste momento”.

Processo de negociação do ‘serviço’ de cobrança

As investigações da PCPR indicam como ocorreu o processo de negociação entre Alencar e os cobradores de São Paulo para a realização do ‘serviço’ de cobrança. A princípio, Alencar contratou Diego, Rafael e Robishley para cobrar um valor. Os alvos eram Antônio e Paulo Ricardo.

“A investigação aponta que Alencar chegou até os paulistas através de indicação de um amigo que conhecia os cobradores. Após trocarem contatos, eles fizeram as tratativas por mensagens e ligações”, informou o chefe da 7ª SDP.

Segundo os dados coletados pela polícia, em caso de êxito os cobradores receberiam uma percentagem sobre o valor da cobrança.

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