
PF em Guaíra recebe nova embarcação para reforçar segurança na fronteira
Equipamento foi entregue em parceria com TJ-PR e CONSEG de Terra Roxa


A Polícia Federal em Guaíra recebeu nesta sexta-feira, 22, uma nova embarcação para reforçar as ações de segurança e repressão a crimes de fronteira na região Oeste do Paraná. O equipamento será utilizado pelo Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) em operações de bloqueio fluvial no Rio Paraná e seus afluentes, a partir da Base Caronte, além de atividades no Lago de Itaipu.
A entrega da embarcação ocorreu por meio de parceria entre a PF, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), por intermédio da comarca de Terra Roxa, e o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do município.
Segundo a Polícia Federal, o investimento deve ampliar a capacidade de pronta resposta em ações de combate a redes criminosas que atuam na região de fronteira, além de gerar impactos positivos para a comunidade náutica local, como maior segurança para atividades sociais, culturais e turísticas.
Lago de Itaipu
O lago de Itaipu, um dos maiores reservatórios artificiais do mundo, formado pela usina hidrelétrica no Rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai, possui características geográficas que, paradoxalmente ao seu propósito de gerar energia e desenvolvimento, também o tornam um ambiente propício para atividades criminosas.
Sua vasta extensão territorial, com mais de 1.350 quilômetros quadrados de superfície aquática e uma costa recortada que se estende por centenas de quilômetros, oferece inúmeras enseadas, canais secundários e áreas de difícil acesso.
Essa complexidade hidrográfica, somada à densa vegetação ripária em várias regiões, cria uma topografia ideal para a ocultação de operações ilícitas.
O tráfico internacional de drogas é a principal ameaça, utilizando o lago como corredor logístico para o transporte de cargas ilegais, especialmente cocaína e maconha provenientes do Paraguai, que é um grande produtor.
As embarcações utilizadas variam desde barcos pesqueiros aparentemente comuns, com compartimentos ocultos, até lanchas rápidas que operam sob o cover da noite ou em condições de baixa visibilidade, como sob neblina, para cruzar o lago em direção ao território brasileiro.
Além do narcotráfico, há registros de contrabando de cigarros, armas e mercadorias em geral, além de crimes ambientais, como pesca predatória e extração irregular de madeira.
A vigilância desse enorme corpo hídrico é um desafio monumental para as agências de segurança, que empregam patrulhas navais conjuntas da Polícia Federal, Polícia Militar e Força Nacional, com apoio de radares, sensores e inteligência, inclusive com cooperação binacional entre Brasil e Paraguai.
No entanto, a vastidão da área often supera a capacidade operacional contínua, permitindo que os criminosos encontrem brechas. Assim, o lago de Itaipu simboliza o duelo constante entre a lei e o crime, onde a geografia impõe obstáculos que exigem investimento constante em tecnologia, efetivo e estratégias integradas para ser vencida.