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Câmara de Maringá cassa mandato da vereadora Cris Lauer, a mais votada da cidade em 2024

Ela foi condenada judicialmente por usar serviços advocatícios do chefe de gabinete em causas particulares, durante o expediente e sem o devido pagamento

Cris Lauer, vereadora mais votada nas eleições 2024 em Maringá e que teve o mandato cassado nesta quarta-feira (28) FOTO: CMVM
Câmara de Maringá cassa mandato da vereadora Cris Lauer, a mais votada da cidade em 2024
Leonardo Revesso - OBemdito
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 18h12 - Modificado em 27 de agosto de 2025 às 18h16

A Câmara Municipal de Maringá decidiu nesta quarta-feira (27) por cassar o mandato da vereadora Cris Lauer (Novo) por ato de improbidade administrativa. A sessão especial, realizada no plenário da Casa, marcou um fato inédito: é a primeira vez que um parlamentar do Legislativo maringaense perde o cargo.

A decisão teve apoio expressivo da base parlamentar. Dos 22 vereadores, 20 votaram a favor da cassação e apenas dois foram contrários — Daniel Malvezzi (Novo) e Giselli Bianchini (PP). A sessão ocorreu sem a presença de Lauer e de seu advogado, que tinham até duas horas para apresentar defesa oral, mas não compareceram.

Cris Lauer estava em seu segundo mandato consecutivo e havia sido a vereadora mais votada da cidade nas eleições de 2024, com 7.531 votos. Agora, a presidência da Câmara deve comunicar oficialmente o resultado à Justiça Eleitoral, que dará andamento ao processo de vacância da cadeira.

Condenação e processo de Cris Lauer

A cassação é consequência de uma Comissão Processante instaurada em maio, após decisão da Justiça que condenou a parlamentar por enriquecimento ilícito. De acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR), Lauer utilizou serviços advocatícios do próprio chefe de gabinete em causas particulares, durante o expediente e sem o devido pagamento.

A Justiça determinou que a vereadora devolvesse R$ 19,6 mil aos cofres públicos e pagasse multa no mesmo valor. O MP estima que o assessor atuou em pelo menos oito processos de interesse pessoal da parlamentar.

Em uma das ocasiões, em fevereiro de 2021, Lauer teria faltado a uma audiência pública para acompanhar virtualmente o chefe de gabinete em um processo privado.

Na sentença, o juiz Márcio Augusto Matias Perroni também condenou a vereadora ao pagamento das custas processuais. Para o magistrado, o caso configurou uso indevido de mão de obra pública para fins particulares.

Histórico de conflitos

Além da condenação judicial, Cris Lauer acumulava embates dentro da Câmara. Em junho, o vereador Mário Hossokawa (PP) registrou boletim de ocorrência contra a colega, alegando perseguição e ataques à sua honra.

Após a sessão, Lauer informou que não iria se pronunciar de imediato. Uma coletiva de imprensa foi convocada para a manhã desta quinta-feira (28), quando a ex-vereadora deve apresentar sua versão sobre a cassação.

A perda do mandato abre espaço para discussões sobre o futuro político de Lauer, até então uma das figuras mais votadas e polêmicas do Legislativo maringaense.

(Com G1 e Assessoria de Imprensa CMVM)

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