Em Umuarama, Sandro Alex ouve prefeitos e detalha planos para concessão da PR-323

O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística do Paraná (SEIL), Sandro Alex, esteve em Umuarama nesta quinta-feira (3) para ouvir demandas de prefeitos da região da Associação dos Municípios de Entre Rios (Amerios).

Durante a reunião, foram apresentadas solicitações para construção de trevos e acessos a diversas cidades, incluindo Esperança Nova, Pérola, Altônia, Nova Olímpia, Maria Helena, São Jorge do Patrocínio, Alto Paraíso, Douradina, Perobal, Alto Piquiri, Iporã e Francisco Alves.

Segundo o secretário, os projetos de acesso devem ser elaborados pelos municípios e encaminhados ao governo do Estado. Em alguns casos, os próprios municípios podem licitar as obras. “Já o acesso das empresas, não tenho como fazer projetos que atendam apenas uma empresa em particular. Precisa atender várias empresas para poder viabilizar”, destacou.

Sandro Alex prometeu tratar individualmente com cada prefeito para atender as demandas da região.

Fiscalização nas rodovias

O prefeito de Umuarama, Fernando Scanavaca, cobrou a manutenção das estradas e fiscalização do excesso de peso nos caminhões para evitar danos às rodovias. “Gostaríamos de pedir para tapar os buracos das estradas. Não podemos reclamar da qualidade, mas se não houver cuidados, as rodovias não suportarão”, afirmou.

O secretário confirmou que o governo estuda instalar balanças na região, mas reconheceu que a medida pode gerar reclamações de agricultores e caminhoneiros. “As balanças geram muitas reclamações, mas vamos colocar e apertar a fiscalização”, disse.

Concessão da PR-323

Sandro Alex também falou sobre a concessão da PR-323 à iniciativa privada. Ele lembrou que a rodovia está no lote 4 de concessão, que será leiloado em setembro, e que serão instaladas três praças de pedágio no trecho de Umuarama.

“Nós precisamos estar juntos numa licitação maior para viabilizar a concessão. Eu ainda não assinei a liberação para o governo federal, só vou assinar depois que sair a decisão do TCU [Tribunal de Contas da União]”, afirmou.

O projeto do lote 4 segue em análise no Tribunal de Contas da União (TCU) e tem previsão de liberação até maio para publicação do edital e apresentação aos investidores.

Preço do pedágio preocupa prefeitos

Os valores do pedágio preocupam os prefeitos da região, pois podem impactar os custos de produção. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estipulou os valores para as praças: Umuarama: R$ 14,25, Cianorte: R$ 10,22 e Jussara: R$ 13,80.

O presidente da Amerios, Alírio José Mistura, afirmou que a entidade está realizando um estudo sobre os impactos econômicos da tarifa. “Já encomendamos um estudo e logo vamos discutir essa questão com os prefeitos da região”, afirmou.

O bispo da diocese, dom João Mamede Filho, criticou o fato de que a duplicação da rodovia só ocorrerá após a cobrança do pedágio. “Vamos pagar para depois eles duplicarem? Acho que não podemos aceitar isso”, disse.

Sandro Alex garantiu que os investimentos começarão no primeiro ano. “As obras dependem de projetos e do licenciamento ambiental. Não é algo pequeno”, disse.

Segundo ele, o trecho será gerenciado pelo sistema free flow, sem praças físicas de pedágio. “Só na região teremos R$ 10 bilhões em obras de duplicação e mais R$ 7 bilhões em investimentos”, completou.

O contrato de concessão terá duração de 30 anos. “Se as obras não saírem, trava a tarifa. Eles não poderão aumentar os valores. Acreditamos que o leilão será um sucesso”, concluiu.

Sandro Alex nega mal-estar com a Comissão de Duplicação

O secretário negou qualquer desentendimento com a Comissão de Duplicação da PR-323. Recentemente, o presidente da Comissão, engenheiro Sérgio Frederico, afirmou que não foi convidado para reuniões sobre a concessão da rodovia realizadas por entidades municipais.

“Tenho o maior respeito pela Comissão. Eles nos ajudaram no trevo Gauchão, na iluminação e nas terceiras faixas. O projeto atual contempla a duplicação integral de mais de 150 quilômetros”, afirmou Sandro Alex.

O presidente da Comissão não foi à reunião. Interlocutores afirmam que ele já tinha um compromisso familiar.

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