Rudson de Souza Publisher do OBemdito

PF mira quadrilha que fraudava saques do FGTS; investigação começou na região

Operação Pseudônimo cumpre mandados em Goiás e São Paulo; grupo usava dados obtidos por hackers para retirar dinheiro de contas via “saque-aniversário”

Agentes da PF cumprem mandados da Operação Pseudônimo em Americana (SP) e Goiânia (GO); esquema começou a ser investigado após prisão em Maringá, em 2023 (Foto Polícia Federal)
PF mira quadrilha que fraudava saques do FGTS; investigação começou na região
Rudson de Souza - OBemdito
Publicado em 15 de julho de 2025 às 14h02 - Modificado em 15 de julho de 2025 às 14h30

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (15) a Operação Pseudônimo, que tem como alvo uma organização criminosa suspeita de fraudar saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) por meio de documentos de identidade falsificados.

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens e valores, nas cidades de Goiânia (GO) e Americana (SP).

A investigação teve início em 2023, quando um homem foi preso em flagrante ao tentar sacar o FGTS de um terceiro com um RG falso, em uma agência da Caixa Econômica Federal em Maringá. A partir dessa prisão, os investigadores descobriram um esquema sofisticado envolvendo hackers que acessavam dados pessoais das vítimas, habilitavam o recurso do “saque-aniversário” no aplicativo do banco e, com documentos falsos, efetuavam retiradas presenciais dos valores.

Segundo a Polícia Federal, a operação contou com o apoio técnico da Caixa Econômica Federal para rastrear as movimentações e identificar os autores das fraudes. A PF agora analisa o material apreendido durante os mandados para aprofundar as investigações.

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. A Polícia Federal não informou o valor total movimentado pelo grupo.

Caso de indígena morto

Polícia Federal (PF) informou nesta segunda-feira (14) que instaurou uma investigação própria sobre o assassinato de Everton Lopes Rodrigues, indígena de 23 anos filho de Bernardo Rodrigues Diegro, cacique da Aldeia Yvyju Avary, ocorrido na madrugada do último sábado (12), na área rural conhecida como Água do Bugre, em Guaíra. O corpo foi encontrado decapitado, ao lado de uma carta com ameaças explícitas a lideranças indígenas e à Força Nacional de Segurança Pública.

Inicialmente, a ocorrência foi atendida pela Polícia Civil de Guaíra, que realizou perícia no local, apreendeu uma motocicleta e documentos que serão analisados. No entanto, a Delegacia da PF em Guaíra informou que acompanha as apurações e solicitou o declínio de atribuição da investigação do homicídio para a esfera federal, a fim de aprofundar apurações sobre possíveis conexões com organizações criminosas. O pedido ainda aguarda resposta da Polícia Civil.

“A Delegacia da Polícia Federal em Guaíra instaurou investigação policial federal com relação a outros fatos que podem, em tese, estar conexos ao homicídio”, diz nota da corporação. A PF reiterou o compromisso com a transparência e legalidade e afirmou que novos detalhes serão divulgados respeitando o sigilo das investigações.

A carta encontrada com o corpo foi assinada por um grupo que se autodenomina “Bonde 06 do N.C.S.O.” e faz referências ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O texto contém ameaças de ataques a ônibus com crianças, invasões a aldeias e incêndios com vítimas vivas, além de declarar que a Força Nacional será o “próximo alvo”.

O documento foi recolhido e encaminhado à perícia técnica. O crime elevou o alerta nas áreas indígenas de fronteira e reacendeu o debate sobre o aumento da violência contra defensores de direitos humanos. Atualmente, segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), 19 lideranças Ava Guarani estão sob proteção oficial no Paraná.

“O ministério reitera seu compromisso em defender a vida, a dignidade e os direitos dos povos indígenas. Nenhuma ameaça silenciará a luta ancestral por justiça e território”, afirma a nota oficial do MDHC. A Força Nacional de Segurança Pública mantém presença na região, apoiando ações de proteção aos povos originários e à mediação de conflitos agrários.

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Polícia Civil do Paraná atendeu inicialmente à ocorrência; carta com ameaças foi apreendida ao lado do corpo de Everton Lopes Rodrigues, de 23 anos

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