Veículo usado por desaparecidos em Icaraíma pode ter sido afundado no Rio Ivaí

Equipes do Corpo de Bombeiros de Umuarama realizam, na tarde desta segunda-feira (11), uma varredura no Porto Novo, no Rio Ivaí, em busca de sinais do veículo usado pelos quatro desaparecidos em Icaraíma. A suspeita é de que o automóvel tenha sido afundado na região, onde há uma balsa que transporta carros para a outra margem.

Segundo o comandante do 25º Batalhão da Polícia Militar de Umuarama, major João Francisco Gimenez Cruz, os bombeiros utilizam um sonar para auxiliar nas buscas. O equipamento detecta objetos e estruturas submersas por meio de ondas sonoras.

“Para um veículo ser jogado no rio ele precisa ter um ponto de acesso. Aqui existe uma rampa com serviço de balsa. Pode ser que tenha acontecido nessa região e, por isso, os bombeiros concentram os esforços, passando o sonar, que consegue visualizar o fundo do rio, para tentar encontrar o veículo, uma Fiat Toro branca”, disse.

O major afirmou que outros pontos já foram inspecionados, inclusive com cães farejadores. “Os bombeiros continuam até esgotar as ações. Se não encontrarem o veículo nas proximidades da balsa, podemos mudar de área conforme novas informações surgirem”, explicou.

Desaparecimento e suspeitos

O quinto dia de buscas começou por volta das 9h. Alencar Gonçalves de Souza, morador de Icaraíma, e os paulistas Robishley Hirnani de Oliveira, Rafael Juliano Marascalchi e Diego Henrique Afonso foram vistos pela última vez na terça-feira (5). Eles estavam em uma panificadora após visitar uma propriedade rural para cobrar uma dívida.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de homicídio. Os principais suspeitos são Antônio Buscariollo, 66, e Paulo Ricardo Costa Buscariollo, 22, pai e filho foragidos desde a decretação da prisão preventiva, na sexta-feira (8).

Além dos bombeiros de Umuarama e Curitiba, atuam no caso o grupo GOST, formado por seis militares e um cão, a 2ª Companhia Independente de Bombeiros Militares, policiais do 25º BPM e o Batalhão de Operações Aéreas.

Polícia trata caso de Icaraíma como homicídio

O delegado Gabriel Menezes afirmou que a linha de investigação é de homicídio. “As informações apuradas até o momento apontam para um contexto de homicídio. Contudo, as buscas continuam e nada pode ser descartado”, disse. Ele acrescentou que “não há indicativo, até o momento, de envolvimento do crime organizado”.

A esposa de Rafael, Meiriane Graci de Souza, 40, relatou, em entrevista exclusiva a OBemdito, no domingo (10), ter sido contra a viagem ao Paraná. “Ele praticamente já não trabalhava mais com cobrança de dívidas. Temos uma vida estabilizada. Eu não queria que ele viesse. Por causa disso, a gente nem estava se falando muito”.

Dívida documentada

Nesta segunda, também de forma exclusiva, OBemdito publicou imagens de três notas promissórias que indicam uma dívida entre Alencar e Carlos Eduardo Cândido Buscariollo, ligado à família dos suspeitos. Cada documento é de R$ 25,5 mil, somando R$ 76,5 mil, emitidos em 20 de maio de 2024, com vencimentos entre junho e agosto.

A Polícia Civil apura relatos de que a dívida poderia chegar a R$ 1 milhão, mas as notas obtidas não confirmam o valor nem se houve pagamento. Os suspeitos seguem foragidos. Uma coletiva de imprensa será realizada a partir das 17h, na 7ª SDP de Umuarama, para atualizar as informações.

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